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Obrigada.


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Laranjas.

Eu estava pra pular do abismo que é as minhas lembranças no dia que você disse que queria voltar. Eu estava pra pular no mar de alegria quando você não deixou nem um bilhete de Adeus. Eu estava pra me embebedar em sangue quando ouvi sua voz me chamando, e mais uma vez talvez, a falsa felicidade. Eu estava lá, e esqueci daqui.

Você está realmente feliz com a vida que você tem, pela metade. Nada de mais, nada de menos.

O que fazer quando a coisa que você mais quer é deixar tudo pra trás, mas não pode? E quando você quer seguir em frente, mas sua unica opção é sumir? As coisas são engraçadas quando não se tem opção. Eu estou a ponto de perder o pingo de sentimento que eu ainda tenho. Eu estou a ponto de me jogar de qualquer lugar que faça minha alma se desprender, nem que seja em um belo sonho. Eu estou cansada. Simplesmente isso. Cansada. Pra mim chega.

Dois mil e dez.

As coisas mudaram, e eu nem percebi. Eu não quis perceber, então apenas deitei a cabeça no travesseiro e fechei os olhos. Quando decidi que talvez fosse seguro abrir meus olhos novamente, tudo havia mudado, e nada disso eu percebera. Um sono profundo, assim defino esse ano. Um sono lento e conturbado, pesadelos e sonhos. Mais pesadelos. Ninguém é mais o mesmo. Ninguém me olha com os mesmos olhos de antes. As coisas tem tomado rumos que eu jamais teria deixado tomar se eu não fosse tão impotente. Ficar aqui, só parada, olhando as coisas mudarem lentamente, de braços cruzados.
Eu não posso nem reclamar. Pois a culpa é toda minha.
Minha e de mais ninguém.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Marte.

Eu não me lembro de ficar assim há muito tempo. Teus olhos cansados, assim como os meus, cruzam e descruzam de propósito. Um milhão de pensamentos, um milhão de possibilidades e nenhuma ação. Muita cautela. Meus dedos estão gelados assim como seu peito, e eu não consigo parar de olhar teu reflexo no vidro. A noite lá fora esconde todos os meus segredos, assim como os teus que sei que tem. Quebrando as regras e mudando os costumes.
Você é da onde?

Um grão.

Estou presa a minha bagunça; Não me acho mais. Afundando lentamente em nós e desgostos. Meu coração vai em vem em ondas melancólicas, como o balanço do mar em março. Eu não durmo mais. Eu não como mais. Eu não vivo mais. Fecho os olhos e por segundos a dor some, e é impressionante como em um piscar de olhos as bombas explodem.

Minha alma não é tranquila faz anos, décadas, vidas. Isso já não importa enquanto eu olho o céu mudando de azul pra vermelho, e de vermelho pra cinza, e de cinza pra nada. Fecho os olhos pra dor sumir. Meu relógio não funciona e o tempo acelera, num ritmo inacompanhável, como os raios que saem dos teus olhos negros.

Meu corpo é um grão de areia na sua praia.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

" Uma carta para alguém que te machucou recentemente"


Eu te amava muito, e dedicava minha vida a você. E o pior de tudo é que você sabe disso. Diz você que me amava também, mas acho eu que tudo não passou de uma doce ilusão minha e de muitas outras pessoas, inclusive você. Na primeira oportunidade que você teve pra me deixar, você teve a coragem de o fazer, sem se despedir. 

Queria ter filmado os meus dias sem você. Queria que você tivesse visto, frame por frame todas as lágrimas que eu derramei pro você. Queria que você conseguisse enxergar o buraco enorme que você deixou no meu peito, e eu aqui, uma fraca garotinha de cidade pequena, não consegue fechar. Muitas pessoas cospem palavras de solidariedade comigo, mas elas nunca, NUNCA vão saber porque, mesmo que eu te odeio tanto, eu ainda te amo. Acho que ainda sinto o gosto de todos os dias que eu te amei, então as coisas amargas ficam na garganta seca. 

Um dia, talvez, você despenque de um lugar tão alto quanto está agora, como eu estava, no ponto alto da minha vida com você. Espero que você esteja feliz com ela, e que fique feliz o tempo suficiente que você achar necessário. Mas, eu, infelizmente já terei partido quando você precisar do meu colo pra chorar por ela, se é que você chora; As vezes eu esqueço que você não chora. Mas que seja, eu não passarei mais a mão na sua cabeça, apesar de ser uma especie de amiga sua, não sou mais sua melhor amiga, sua irmã, sua alma… não sou mais sua.
 
Só queria deixar bem claro uma coisa: NUNCA, nenhum ser humano na face da terra te amará como eu amei, nem te dará tudo que eu dei, e que poderia ter dado por você. Nunca ninguém vai te dar um abraço que nem aquele que você sabe. Nunca ninguém vai te beijar com tanta felicidade como eu beijei. Não vai existir ninguém como eu pra você, assim como você pra mim.

Então eu vou, e fecho essa porta. Não quero que você passe por ela. Por precaução, lacrei a janela.

Boa noite, boa vida.
Eu não te amo mais.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A última vez que eu te vi.

A primeira vez que eu te vi, tudo estava desmoronando pra mim. Minha vida não passava de pesadelos e sonhos tristes. Você com seus amigos inseparáveis, e eu com minha solidão, sentado no ponto de ônibus, esperando um caminho mais fácil pra minha vida. Meu coração não pulsava tão rápido até aquele momento. Talvez tivesse sido melhor se eu fosse cego, e jamais tivesse visto seus cabelos vermelhos a voar pelo ar, enquanto sentava do meu lado. Conversamos. Você com seus papos chatos de livros, e eu não entendendo nada se não sobre minhas músicas alternativas e antigas. Era como se você fosse areia nos meus olhos.

Na segunda vez que eu te vi, eu já tinha decidido que ia ir embora daquela cidade que já estava me dando muito nojo. Sentamos em um pub da cidade, pra conversar sobre isso, e eu depois de alguns copos de cerveja, perguntei se talvez, só talvez, você esperaria por mim. Estava sóbria, como sempre, e com a língua afiada, como se fosse uma navalha sobre o meu rosto e corpo nu. Disse que a vida não era uma estrada, muito menos uma rodovia, e que talvez teria sido muito melhor se tivéssemos nascido como pássaros siameses. Foi naquela noite, de estrelas foscas que eu decidi não ir. E não fui. Muita idiotice minha.

A terceira vez que te vi, convidei para ir no zoológico comigo. Não sei porque, mas até que foi divertido. Um programa idiota, com todos aqueles macacos tristes, pendurados melancolicamente com suas caudas, os pavões coloridos e seus grandes olhos sorridentes. Tomamos cerveja quente, direto da latinha, e você ria, com os lábios contorcidos na tristeza, com as expressões da dor, assim como a minha. Eu queria muito não ter sentado naquele banco amarelo, e não queria ter segurado sua mão. Foi como selar um contrato com o diabo.

A quarta vez que te vi, eu mesmo fui naquele seu apartamento sujo no centro da cidade do caos. Eu toquei o interfone e você disse estar ocupada. Eu não liguei, e continuei a te chamar por ali. Não satisfeita com toda a destruição que sabia que eu já sofria, você desceu as escadas, com aquele roupão preto, e do seu lado, como um troféu, tinha um novo cara. Tinha que ser eu ali, só nos meus jeans, sem camisa, quem nem ele estava. Me perguntou porque eu estava lá.. e eu...eu...eu fui embora deixando meu coração sangrento e partido diante de seus pés.

A quinta vez que eu te vi, já fazia mais de um ano que a gente não se falava. Nossos amigos já não eram os mesmo, porque seu marido estava trabalhando no exterior, e você simplesmente decidiu fazer amigos novos. Seus olhos eram distantes, assim como a lua. Não me olhou no rosto, falou vagamente e pouco. Eu fumava um cigarro a cada minuto. Eu queria me afogar na vodka pura, e você mais uma vez sumiu.

A sexta vez que te vi, eu não te vi muito bem. Eu estava apropriadamente louco, bêbado pelo uísque, viciado em entorpecentes. Você só olho pra mim pelo canto do olho. Será que me reconheceu?

Na sétima vez que eu te vi, você estava casada de novo. Era outro cara, e todo mundo dizia como ele era parecido comigo, ouvindo as mesmas musicas e até aquele jeito de arregaçar as mangas que você disse que era muito charmoso, até nossos cabelos eram parecidos, descabelados, e quase encaracolados. Talvez se eu tivesse te beijado apenas uma vez, naquele banco amarelo, enquanto estava segurando sua mão, as coisas não seria assim. Talvez o céu tivesse um tom mais colorido, e não me chovesse cinzas todos os dias.

A oitava vez que eu te vi, aquela banda que você tinha me encorajado a montar nos primeiros dias tinha vingado. Eu estava no palco, daquele barzinho sujo, com um sorriso amarelo nos lábios, dedilhando a guitarra lentamente. Você estava desacompanhada e não parecia nem me notar, seus ouvidos não eram pra mim. Sempre com o celular nos ouvidos, falando baixo e rindo. Estava lá só para depois não dizer que nem tinha ido. Você esticava a mão para o garçom, e nós não tínhamos tocado nem a terceira música. O garçom parecia cego, e não enxergava sua mão, e você ficava cada vez mais nervosa, passando a mão nos cabelos sempre tão bagunçados como sempre foi a nossa relação. Fechei os olhos devagar, porque o meu maior desejo era ser cego.

E então a última vez que eu te vi. Eu tinha até conseguido parar com os cigarros, mas não dormia faz dias. Tinha passado a noite toda acordado, e alguém lhe contara isso. Eu sentado em um banco de uma praça qualquer, e você apenas se aproximou em um carro estranho dirigido por ninguém. Sentou do meu lado, e sem me dizer nada finalmente me beijo, mas ele tinha um gosto salgado e de adeus. Então se levantou e dentro das suas saias curtas me acenou um adeus sofrido, e desapareceu. Pra sempre.

Eu sinto que todos os dias fossem como me esmagar. Eu simplesmente não tenho forças pra levantar todo dia da minha cama desarrumada e dos meus sonhos bagunçados. E você sempre está neles, e sempre vai estar, pra minha infelicidade. Eu vou e volto do trabalho, vejo seus novos velhos amigos, tomo meu café azedo e amargo, enjoado desde o dia que meu coração despendeu do seu peito.

domingo, 26 de setembro de 2010

Futuro


Dois computadores. Ele de um lado da tela, e ela da outra, muitos quilômetros de distancia. Conhecem um ao outro como ninguém, mas não se conhecem pessoalmente.Vidas diferentes, mas sentimentos iguais. 
Ele: De que ano você tem mais saudade?
Ela: 2012, quando a gente se encontrar.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Muga.

Pamella não tinha uma ficha muito boa. Todo mundo sabia que ela era louca, e que fazia o que bem entendesse. Como naquela vez que jogou tintas de todas as cores nas paredes da escola. Foi punida e gostou. Coberta de tinta. Um arco-íris. Foi expulsa, pois bateu em varias meninas ( e meninos). Quebrou o nariz quatro vezes, duas o braço esquerda e uma vez o fêmur direito. Ficou no hospital dois meses, da vez que com 14 anos pegou o carro da mãe escondida e colidiu de frente com um poste.Diziam que estava bêbada.  "O poste está bem, muito obrigada" falava, rindo alto e pintando as unhas de preto.

"Essa menina é louca, João" Todos diziam ao seu pai, que já cansara de tentar castigá-la, prende-lá, até dar uma surra. Parecia que isso só a estimulava a ficar com aquele sorriso sarcástico no rosto, com os lábios cheio de sangue. Diziam por aí que já transava com metade da cidade, desde os 13. Eu até acreditaria, se não tivesse a conhecido bem.

Gritava por vingança, matou animais na frente de pessoas, dizendo que era o anti-cristo. Pura diversão. Quebrava pratos, televisões, e tudo que via pela frente na casa da mãe, quando com raiva. Explodia as coisas, machucava as pessoas e os sentimentos. Pamella não era uma boa menina.
E isso tudo antes dos 17. Isso tudo antes de saber o que era o amor.

Sentada na calçada, descascava as unhas com um canivete. Momento raro, de Pamella calma, de cabelo  sem cores excêntricas e sem muito preto. Mas não deixava de ser a Ovelha negra da familia. Mascava o chiclete de boca aberta, ali, no sol das 3 da tarde. Um guri chegou perto. Era normal de mais. Ela olhou-o por três segundos e depois voltou para as unhas. Não interessava. A principio.
- Você que é a Pamella?
- O que você acha?
- Acho que sim. É ou não é?
- Talvez...faz diferença?
- Se não fizesse eu teria passado reto.
- Tem um cigarro?
- Tenho.
- Passa ai.
- Tu é a Pamella?
- Vai me dar o cigarro?
- Se você confirmar...
- Senta ai.
 Sentou. Grande erro. Ela riu e deu uma cotovelada nas costelas do garoto, mas devagar, nada de agressividade. Tinha passado a noite em claro. Era evidente na maquiagem borrada, quem até acentuava sua beleza.
- Me dá o cigarro. Sou ela.
- Hm. - Pega um cigarro, e dá outro a ela. Guarda a carteira. - Bom saber.
- Cadê o fogo?
- Não tenho.
- Você tem cigarro e não tem fogo?
- Você pediu cigarro, não fogo.
- Agora tô pedindo fogo! - quase irritada, mas se divertindo.
- Eu já disse que não tenho. - Se divertindo, tranquilo.
- Inferno.
Silêncio.
- Toma seu cigarro inútil de volta. - Fecha a cara, mas ele sorri.
- Tá. Hey Pamella, porque você é assim?
- Ah?
- Louca.
- Não sou louca.
- Ah, é!
- Nem sou!
- Tô dizendo que é!
- VOCÊ NÃO ME CONHECE!
Silêncio.
- É verdade. Não te conheço.
- Eu disse.
- Quem é você?
Silêncio.
- Não vai responder? - Ele falou, brincando com uma pedrinha da calçada.
- Não.
- Por...?
- Não tô afim.
- Ah, tá sim.
- Como você sabe?
- Tô lendo nos teus olhos, Pamella.
- Ah, tá, agora você lê olhos?
- Só os seus.
Silêncio.
-Quem é você? - Agora ela pergunta.
- Seu futuro marido.
Gargalhada alta dela, sorriso calmo no rosto dele.
- Como é que é?! Ahahahha - não consegue parar de rir.
- Okey, vou pegar mais leve. Seu futuro único amor. E se você deixar escorrer pelos dedos, você vai morrer provavelmente ainda esse ano. E olha que não falta muito pra ele acabar, não é?
- Para com isso, garoto. Eu nem te conheço.
- Conhece sim. Eu sou seu namorado.
- Isso é um pedido?
- Não. É um fato.
- Não sabia que EU namorava. Faz tempo?
- Desde que você nasceu.
- Uau. - riso abafado. E silêncio. Pensa.
- Tudo bem? - ele pergunta,a ver ela olhando séria o chão.
- Você é mais uma daquelas pessoas que não existem que eu invento?
- Você inventa pessoas?
- Pessoas não. Amigos.
- Eu sou real, Pamella. Pode tocar. - Estica o braço, e ela passa o dedo indicador dos dedos dele, até o cotovelo.
- Mas ser físico não significa ser real.
- Ah é? Essa é nova pra mim.
- As pessoas são físicas, mas são falsas.
- Isso é verdade. Mas eu sou real, e verdadeiro.
- Espero que sim.
Silêncio.
- Eu gosto de você, Pamella.
- Eu nem sei seu nome.
- É verdade. Vamos fazer assim, você pode me chamar do nome que você achar mais bonito no mundo inteiro. Quero ser perfeito pra você.
- Ninguém é perfeito.
- Eu vou dar o meu máximo. Qual meu nome?
- Hm, deixe eu pensar.
- Não pense muito. Pensar demais as vezes é ruim.
- É verdade. As vezes dá até pra mudar de idéia.
- Não quero que você mude de idéia sobre mim, Pamella.
- Eu também não.
- Então vai.
- Vai o que?
- O nome!
- Ah, já tinha esquecido. Desculpe.
Silêncio. Dessa vez curto.
- Vou te chamar de Muga.
Ele ri.
-?
- É uma sigla.
- Hm, interessante.
- Quer saber o que significa?
- Você quer falar?
- Ahan.
- Então tá.
- Meu único grande amor.
- Achei bonito.
- Eu também.
- Quer dar uma volta, Pamella?
-Ahan.
Se levantam.
- Hey, Muga...
- Que?
- Te amo.

domingo, 19 de setembro de 2010

As vezes eu me esqueço como é bom ficar sozinha.
As vezes eu me esqueço que a melhor companhia que eu tenho sou eu mesma. Eu e minhas musicas, e meus pensamentos, e minhas crenças.
As vezes eu não quero mais ninguém, a não ser eu.

É melhor assim.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A game show love connection.

Uma vez eu me perdi num mar. No mar que eram seus olhos. Eu me perdi no infinito que eram teus pensamentos, e toda a profundidade dos teus beijos.  Eu queria me perder. Eu gostava de me perder. Noites, e dias, e madrugadas e conversas e risadas, e era só nós. Nós e as estrelas, e o mar dos teus olhos.
Gostava de fugir com você, pra bem longe. Pra bem perto, ou apenas pra praia, pra te beijar,pra tremer nos seus braços e apenas rir nervosa quando você fazia aquelas tais piadinhas. Meu coração sempre saltou quando você virava o rosto, com aquele sorriso bobo, ou quando tampava os olhos de vergonha porque tudo era tanto que a gente não podia suportar. Eu também gostava de cantar pra você. Ou ouvir você cantar. Ou apenas ouvir musica. Deitada no travisseiro, de baixo da coberta, meu coração acelerado, e o sangue correndo rápido nas veias.

Você, sempre tão no mundo da Magia, do "Pra Sempre" e do final feliz.
Eu, aqui com os pés no chão, apenas esperando o "the end", e ganhando tapas da realidade.

Se é pra te descrever em três verbos?
Amar, brigar e voltar. Sempre
voltando, não é mesmo?
Eu te amo muito e
você é muito
chata.

domingo, 8 de agosto de 2010

Fim da linha.

Eram duas pessoas bem diferentes.
Ela ganhava, e ele perdia. 
Ele chegou um dia a perder o amor que tinha no coração. 
Por sorte dela, ou dele, ela achou.

Achou e ganhou um amor, e nisso ele ganhou um beijo. O beijo que fez-o sorrir feliz.

Ela morreu.
Ele perdeu mais uma vez.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sobre tudo isso, eu sei.

Sobre estar só, eu sei.
Eu sei o que é me sentir sozinha e não gostar. Sei gostar também da solidão, apreciá-la a cada mordida ( que ela me dá, não que eu dou). Eu sei muito bem o que é estar rodeada de familia, de amigos, de amores e ainda me sentir sozinha. Ser sozinha é um estado psicológico, não físico. Pode apostar.
Sobre estar triste, eu sei.
Eu sei como é não querer levantar da cama a cada dia que passa. Sei o que é chorar uma noite inteira, um dia inteiro, uma semana inteira, mesmo que seja só por dentro. Sei o que é ser ferida mentalmente, fisicamente, sei o que é ser traída pelas pessoas que eu mais confiava.Sei o que é desabafar com pessoas que eu achei que nunca ia desabafar na vida, e só assim ficar melhor.
Sobre estar feliz, eu sei.
Sei o que é passar uma tarde inteira rindo de verdade. Sei o que é passar um verão inteiro sem chorar, sei o que é ter alguém pra contar pra sempre. Sei o que é comer uma pipoca tão boa e ficar bem o dia inteiro por causa dela. Sei ver a felicidade em um olhar infantil, ou em um sorriso velho. Eu sei.
Sobre amar e ser amado, eu sei.
Eu sei o que é sonhar todo o dia com a mesma pessoa. Eu sei o que é sentir aquele aperto gostoso no coração, o sangue correr mais rápido, só por ouvir umas certas palavras ( e em certo casos, só ler). Sei o que é andar de mãos dadas e me sentir feliz. Sei o que é passar um dia inteiro perfeito com uma pessoa só. Dois dias, três, quatro. Sei que amar é uma coisa tão difícil quanto fazer Miojo. Ah, se é. Sei o quão bom é ouvir "eu te amo"'s pela manhã, tarde, noite e madrugada. Sei quanto um beijo com amor pode mudar uma vida.
Sobre Bagunça, eu sei.
Sei o que é ter mãe, pai, vó , tios e até amigos pegando no meu pé porque meu quarto é pior que cidade depois de furacão. Sei o que é perdeu uma chave em  uma bolsa, e encontrar 3 dias depois. Ou perder um óculos em uma bolsa, e achar 8 meses depois. Arrumar meu quarto, e 3 horas depois ele estar do mesmo jeito que antes, e nem saber como isso é possível.
Sobre ser Confusa, eu sei.
Sei ser, e deixar as pessoas confusas. Eu não sei como, sério. Só de pensar eu já fiquei confusa. Você devia perguntar pra Talyta sobre isso. É..
Sobre ser Bipolar, eu sei.
Eu sei o que é mudar de humor a cada 10 minutos, eu sei ser amável, agradável, Afável. Mas também e um poucos segundos consigo ser Agressiva, Arrogante, Ameaçadora. Ah, e esses são apenas os A's! Sei qe a bipolaridade é um saco, e que já perdi amizades por causa dela. Já perdi amores por causa dela. Sei de todos os pontos negativos e positivos de todos os humores possivel. "Me abraça!" "Não me toca!". Duas frases que eu gosto muito.



Sobre ser Francis, eu sei.
Eu sei de tudo e mais um pouco, dentro de minhas linhas Eu sei como é ouvir musica pra espantar o medo. Sei o que é ligar o abajur só pra ter certeza que não tem nada na escuridão. Sei o que é não ir pra escola só porque eu chorei a tarde toda. Sei o que é pintar as unhas de dois em dois dias. Sei o que é vaidade, sei o que é ódio, sei oque luxúria, sei o que amor. Sei cada linha da minha vida, na palma da minha mão. Sei o que é esperar um ano pra ver uma pessoa. Sei o que é esperar dois anos. Sei o que é ainda estar esperando. Sei o que é viver longe da minha mãe, e morrer cada dia um pouquinho por causa disso. Sei como o amor e o ódio se misturam aqui em casa. Sei como um bebê muda as pessoas. Sei como as palavras mudaram a minha vida, e sempre vão mudar. Sei o que é ser Bi, e ter dedos apontado pro meu rosto, dizendo que sou promiscua, puta, lésbica e uma pessoa sem moral. Sei o que é roubar corações e jamais devolver. Sei o que sentir frio, sei o que é sentir calor, sei como um sorriso muda um dia, uma noite, uma vida e uma alma. Sei que muita gente não vai ler até o final. Sei que o texto é confuso. Sei?






saber (ê)
(latim sapere, ter sabor, conhecer)



v. tr.
1. Possuir o conhecimento de. = conhecer ≠ desconhecer
2. Não ignorar. = conhecer ≠ desconhecer, ignorar
3. Ter experiência.


Sei.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Aliens, Robôs e Humanos. Quem você é?

Quando eu era pequena, eu gostava de observar tudo e a todos. Eu via cada pessoa existente a minha volta como aliens ou robôs. As vezes quando eu abraçava minha mãe, e ela estava muito ocupada e só me empurrava pra lá, eu botava na cabeça que um alien de outro planeta tinha absorvido o corpo dela, e que aquela não era minha mãe. Quando então ela me abraçava, dizia que me amava, e saía de mãos dadas comigo eu achava que ela tinha voltado pra mim, vencido aquele ET retardado que tinha tentado roubar-lhe o corpo.
Com meu pai era diferente. Eu nunca achei que ele era realmente uma pessoa humana, desde que tinha consciência que podia pensar o que eu quisesse. Pra mim ele sempre foi (e sempre será) um robô. É, ele sempre foi muito alinhado, muito concentrado, muito dedicado, muito sem movimentos, muito reto. Muito robô. "Ah sim, senhor! Ah sim, senhor!" Repetia varias vezes ao telefone. Eu achava que aquela frase tinha travado dentro da sua garganta metálica, ou um parafuso tinha se soltado de sua cachinhola ( era assim que eu chamava a cabeça de robô dele). Minhas irmãs e irmãos eram tão seres humanos, nas suas adolescentes conturbadas, bater de portas e quartos sujos! AH, como eu gostaria de ser eles. Acho que minha mãe Alien se irritava perante isso, e vivia brigando comigo quando eu, com meus 6 ou 7 anos, colocava uma blusa de minha irmã mais velha, ou falava um palavrão que tinha ouvido meu irmão do meio proferir a um amigo na sala, enquanto espiava seus diálogos escondida no corredor. Humanos! Errando, vivendo, rindo e sendo eles mesmos. Então eu fui crescendo, e meus irmãos também. E eu fui percebendo que cada um deles iam devagarinho, bem devagarinho mesmo se tornando robôs ou aliens, ou elfos ou que diabos eles precisassem ser nas suas escolas, seu trabalhos, suas vidas amorosas.
E eu tive minha fase humana, minha pequena e quase curta adolescência, aproveitei muito. Mas quando eu percebi que o mundo estava começando a  me tornar um belo robô, uma bela alienígena, eu me limitei a isso. Preferi viver a vida como um ser humano.  Porque nada melhor do que dizer o que pensa, e não precisar tomar óleo no café da manhã.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Tá?


Era cedo da tarde, não passava das três da tarde. Ela chegou devagar, carregava com si apenas uma mochila e um sorriso leve no rosto. Ele sorria muito mais, e a abraçava muito forte. Ela reclamava baixinho, e sussurrava “ais” e ele afrouxava o abraço, mas por obrigação. Não queria soltá-la nunca. Conversaram na varanda da casa com os pais dele, nada muito sério. Ela contou sobre a viagem e sobre a vida, a esperança ela deixou apenas pra si. Ele fumou um ou dois cigarros quando os pais entraram pra casa, mentira semana passada, quando completara 19 anos , que tinha parado de fumar. Ela gostava do cheiro do cigarro que ficava entre os dedos dele, era muito familiar pra ela. Até deu umas três tragadas, mas deixou que ele terminasse.
                O sol já ia baixando e entraram para o quarto dele. Ficaram deitados na cama, apenas se olhando, trocando toques e sorrisos, com os últimos raios de sol da tarde tocando e fazendo cosquinhas no rosto e pescoço dela, onde ele tocava e beijava e lambia e era feliz. Ela era feliz. Ela queria ser feliz. Estava sendo feliz, ali. Mais um pouco de tempo, e batidas de leve na porta. Um ranger, e olhos infantis  espiando pela fresta, depois os passinhos curtos e o sorriso em três rostos. A pequena  abraçava ela, e depois ele, e depois os dois e ria, e eles riam, e a felicidade explodia mais um pouco em cada coração ali presente. “Sei contar até cem, sabia?” A voz infantil espalhada por todo o canto do quarto, e mais risos. Contou, em voz alta, pausadamente, errando e pedindo ajuda. A guria queria amarrar aquela felicidade no peito e não precisar nunca mais soltar. Ela tinha aprendido a não ser feliz, mas aos poucos, talvez, naquele lugar ela aprenderia pouco a pouco.
                Deitados ali, ela contou pequenas histórias para a pequena, aquelas mesmo que ela tinha inventado e escrito em cadernos velhos em tempos distantes, quando ela ainda tinha motivos pra sonhar. A cada história curta, a menina pedia mais uma , mais uma, até cair no sono, pelo cansaço da escolinha, pelo cansaço da felicidade. Depois de um tempo da menina dormindo, ela se mudou de lugar para o lado dele, novamente, e se encolheu, deitando no peito dele. “Eu serei uma boa mãe?” Ela perguntou. Mas o que ela queria dizer era  “Um dia vou ser feliz? Nós vamos ser felizes?” . Ele sabia exatamente o que ela queria dizer, ele lia no ar, lia no cheiro e na voz. “ Claro que sim. Claro que sim.”.  “Eu te amo” ela sibilou, quando já estava escuro, e não conseguia ver mais o rosto dele “fica comigo pra sempre, tá?”. “Tá”. 

domingo, 13 de junho de 2010

Fake.

- Sabe o que eu estive pensando?

A mulher bradou no silêncio do jantar costumeiro. Nesta noite estavam comendo macarrão com molho de tomate, que ela tinha "acidentalmente" queimado enquanto cozinhava. Ele devia ter percebido já aquele sinal, do que aconteceria dalí alguns anos. Ele não respondeu a primeira pergunta que ela fez, e isso fez ela ficar mais irritada. Ele estava realmente encrencado. A mulher largou os talheres do lado do prato, e repetiu a pergunta, agora mais alto e com a voz mais rude.

- João!
- Hm? - Ele sussurrou sem olhar pra ela, colocando mais um pouco de macarrão dentro da boca que mastigava aberta e ruidosamente.
- Olhe pra mim! - Ela falou entre os dentes, e ele levantou os olhos pra ela mastigou mais um pouco e engoliu em seco.
- Quié, Mulher? - Mais um erro. Porque não chamava ela pelo nome, em vez desse jeito machista? Ela se sentou e sorriu delicadamente, e refez a primeira pergunta.
- Sabe o que eu estive pensando?

Sabe o que ela estava pensando? Que fora um desperdício ter casado com ele. Não tinha porque ter casado com um homem tão sem propósitos, que só ligava pra sua grande empresa, e que nunca parava na casa pra ver os filhos. Estava pensando que não o amava o suficiente pra morrer do lado dele, de tédio. Pensava que seria muito mais feliz se tivesse ficado com aquele rapazinho do segundo ano que sentava na primeira carteira, em vezes desse popular de merda filho de gente rica. Suas irmãs mais velhas estavam erradas! A promessa de uma ótima vida nunca veio.Nada de rosas, nada de bombons, nem um dia um beijo apaixonado e troca de olhares de amor. Não, em vez disso, muito dinheiro, roupas e jóias caras, vida social agitada. Mas nada de felicidade Nadica de nada.Era impressionante como era um grosso dentro de casa, e fora um homem de negocios totalmente fino. "Mas que ódio!" foi o ultimo pensamento dela.

-O que você estava pensando? - João interrompeu os pensamentos dela.
- Estive pensando que umas férias com as crianças cairia bem, não acha?


É, não foi dessa vez.

domingo, 6 de junho de 2010

Feliz aniversário, Masoquismo Mental.

Um ano pode ser muito e pouca coisa. Pra mim, pro blog, é muito. Ou nem tanto. Até agora foi muito. Lembro-me que criei o blog pra escrever coisas banais, meus desabafos, textos, idiotices em geral. Eu tinha acabado de sair de uma cirugia e eu estava quase entrando em depressão. Cortei o cabelo curto, e fiz novos amigos. Eu precisava fazer algo só meu e que me tornasse um pouco mais Francis, que me desse orgulho de ser aquilo que eu sou.
E foi isso que o Masoquismo Mental fez por mim. Fez eu ver que talvez eu até tenha talento pra alguma coisa, fez eu perceber que tem gente que ainda lê o blog, e gosta, e comenta, que diz ter orgulho de mim. Tudo que eu precisava naquela época era de um apoio pra mim continuar a viver, e foi isso que eu consegui escrevendo. Um motivo, uma razão pra continuar a sorrir. Sem contar todos os amigos que eu fiz por conta do blog (especialmente a Carol, obrigado por ainda me insentivar a escrever e me ouvir quando eu reclamoe tenho crise de existencia), e de todos que me apoiaramcom o blog (Lucc, Ary, Yuri, Silva, Lucas,Juh, Carol de novo e tooooodo mundo que lê aqui. ) eu amo muuuito vocês. Sem noção. Vocês foram a base pra eu me levantar do fundo do poço onde eu me encontrava.
E porra, ja tem mais de 5700 visitas! Mew, isso é demais pra mim :')

O que eu quero dizer, é que o Masoquismo mental, hoje dia 6 de junho de 2010 está fazendo um aninho de idade. Um bebê? Um blog velho? Ah, não sei. Só sei que é de extrema importancia pra mim. Meu filho único.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

tchau.

Eu sei que todos vocês não vão entender, afinal. Mamãe, Papai, amigos e todo mundo.Eu amo vocês. Mas mesmo assim, eu sei que não vão entender porque eu estou indo embora. E dessa vez não é que nem aquela vez que fugi pra São Paulo, e 3 dias depois papai foi me buscar. nã-nã-não. Dessa vez eu vou pra sempre. Queria deixar claro que a culpa é extremamente de mim mesma, por ter acreditado de mais em um amor, e acreditado demais que a felicidade exista. Acho que isso serve de lição pra meus irmãos pequenos quando lerem isso quando tiverem idade: Não acreditem na felicidade, ela não existe. É só um golpe de marketing que a sociedade criou pra você ficar ai, correndo atrás de sonhos que nunca vão lhe trazer a felicidade (afinal, a mesma não existe). O amor é outro que é quase lenda por aí. Esse então, não vou dizer que é mentira, que não existe, pois sei que existe por que senti em mim. Foi por pouco tempo,mas senti. O amor é triste. Não importa.
Quero pedir perdão por todas as coisas ruins que fiz a mim, e que atingiu a vocês, papai e mamãe. Aqueles cortes fundos nos braços, e os lençóis manchado de sangue (prometo essa ser a última vez). Desculpa. As cinzas de cigarro jogadas de proposito no tapete novo, desculpa. Os tapas, as brigas, as discuções na mesa porque eu me recusava a comer, as horas que me trancava no quarto pra ficar na internet. Eu nunca soube o que era viver (e nunca vou saber), mas não me importo e nem me importei. Esses 19 anos que vivi foram o suficientemente pra eu entender que não pertenço a esse mundo.
Perdão por não ter gostado da vida, mamãe. Não culpa sua, não é de ninguém. Eu apenas sou diferente disso tudo que vocês chamam de mundo e vida.

Amor, Larissa.


O texto acima foi encontrado ao lado do corpo de uma nova e bela jovem, dentro de um envelope verde. Familia horrorisada por todo o sangue no chão, e pelo corpo sem vida no saco preto que nós policiais levavamos até o carro do iml. Mais uma morte por suicidio... Tão comum. Tão comum ler cartas como essa, e não chorar. Tão comum consolar mães que choram 3 dias sem parar até parar em hospitais psciquiatricos. Tão comum alguma dassas pessoas morrerem sozinha e só semanas depois descobrimos o corpo por conta do forte cheiro que o apartamento exala. Culpa da solidão.
Suicidio, morte. Por que cabeça isso nunca passou?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Conto nostálgico.

Eu me lembro daquela casa perfeitamente. Eu devia ter oito anos, e Pedro Henrique uns dez. Era o melhor amigo de meu irmão, e eu estava perdidamente apaixonada por ele. Era uma menina tola. Daquela idade, e parecia já morrer por ele. Agora quando eu olho pra trás, eu devia até rir, mas eu não consigo. O riso fica todo preso na garganta quando eu me lembro daquela tarde de Novembro.
Chovendo, nós três, eu, Pedro, e meu irmão Diogo, da mesma idade de Pedro, tivemos a idéia de ir naquela casa que todo mundo tinha medo. Coisa de criança, casa velha mal cuidada. Eu morria de medo, só de pensar naquele lugar. Estremecia. Tinha lendas percorrendo a cidade sobre fantasmas, monstros e demônios invisíveis (e às vezes visíveis pra certas pessoas) na casa.
Eu nunca tinha passado da esquina daquela rua, que eu nem lembro o nome. Mas eu consigo visualizar na mente o numero da casa, perfeitamente, como se eu estivesse lá, agora, olhando aqueles números que devia ser do tamanho da minha pequena mão infantil, reluzindo em prata "1363". As crianças mais velhas chamavam a casa de "treze seis três vezes", não "Mil trezentos e sessenta e três” Acho que era pra dar mais medo: 13, o numero do azar, e três vezes o numero seis, coisa idiota, numero do demônio.
Mas não era difícil ver meninas de treze ou quatorze anos traumatizadas pelas ruas porque seus namoradinhos tinham levado-as lá. Os pais riam, porque já tinham sido aquelas crianças. A casa estava lá a mais de cinqüenta anos, parada, sem ser derrubada, maltratada, suja, com cheiro ruim.
A história que mais circulava de ouvido a ouvido nas noites em que as crianças se reuniam nas ruas pra contar histórias de terror era da menina. Sim, ela era chamada de "A menina" porque ninguém sabe ao certo o nome dela. Uns chamavam de Rita, outros de Mariana. Eu preferia o termo “menina” mesmo, me fazia ter menos medo. Por um nome Na Menina fazia ela se tornar mais real.
A história era a seguinte: A mais de 20 anos, uma menina nova havia chegado ao bairro. Era A Menina. Todos sabem como crianças são cruéis, então quando ela perguntou se podia brincar com os garotos e garotas da rua, o mais velho, que não devia passar de um pirralho de 12 anos, disse que a ela tinha que passar pela iniciação. Deveria passar uma hora na seis três vezes. Ela topou, por não saber do que se tratava a maldita casa. Poucos minutos antes das 18 horas, o horário combinado pra ela adentrar os portões de ferro da casa, algumas meninas começaram a lhe contar todas as histórias. Então o pavor rondou seu corpo e ela queria logo desistir. O garoto disse que se ela desistisse, jamais teria um amigo se quer ali. Porque todos passaram por aquilo (o que era mentira, óbvio.). Respirou fundo. Quando às 18 horas chegou, todos começaram gritar pra ela entrar logo, que ela não podia adiar e que mais tarde ou mais cedo ela teria que fazer aquilo. Menina, apavorada, cruzou os portões.
_____
Posso estar narrando isso com muita emoção, eu sei. É que eu tenho mania de botar um pouco de emoção nas lendas que conheço, elas ficam mais divertidas assim, não acham? Pois bem... deixe-me continuar....


Continuar uma outra hora. :)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

odeio titúlos.

Quando eu digo que a vida ama pregar peças em mim, eu não estou mentindo. Agora, ela passou a querer botar a perna pra eu tropeçar, e perder as coisas que mais me importam na vida. Queria eu ter coragem de dar um piu, da coragem de amar de verdade, da coragem de falar a verdade.
Nos ultimos dias eu perdi até a coragem de viver. Sério, tudo que eu gostaria era me afogar em um copinho de coca-cola, ou então partir pra bem longe e nunca mais voltar. Ninguém vai entender meus motivos, e é bom mesmo que não entedam. Sou uma ameaça. AH!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sem titúlo.

Eu, simplesmente, não sei o que fazer comigo mesma. A noites que eu só penso em como a minha vida não...não é 'feliz' ao meu ver. O pior é que a culpa é toda minha. Eu não sei nem nunca soube ser uma menina direita. E de tanto tentar, pra tantas pessoas diferentes, eu tenho sido muitas pessoas, uma mentirosa, uma garota muito má. Eu sinto isso enquanto penso nas coisas boas. Boas pra mime só pra mim. Sou uma péssima tudo. Não tenho tempo pra falar o nome de ninguém a não ser o meu. Francis. F-R-A-N-C-I-S. Eu. Só. Sozinha.
Eu olho meu rosto desmaqueado e puro no espelho e eu já não vejo minha máscara Francis. Sou só eu sem nome, e minha alma na noite. Eu, música, ritmo, e eu. Egoísmo, e só por falar, egoísmo me lembra de suicídio. E não, eu não planejo um suicídio, não mais. Me acho importante de mais pra me matar. Idiota. Quem choraria no meu último suspiro? Minha família? Ele? Ela? ELE? Você? Lagrimas de crocodilos banhando meu corpo morto. Não! Isso é nojento. Não quero acabar com vozes de pena por mim, porque não tem pelo o que sentir pena de mim. Eu tenho ao espelho, e através dele eu sei quem eu realmente eu sou. Só eu sei, e não adianta nem tentar me decodificar, nem reler as porras dos meus textos, ver as merdas das minhas fotos, falar comigo ou olhar diretamente em meus olhos. Tá tudo programado aqui, vou esconder até a morte quem eu sou de você. Vocês. Alias vocês nem gostariam mesmo de saber. ALIAS... Quem são vocês? Porque estão ainda aqui? Realmente não entendo.
Palavras numa folha. Em um blog. Um dia se eu reler isso, eu não vou entender. Não quero entender o que eu já entendo.

E o que eu entendo é que ninguém entende que eu entendo não entender nada, e isso me basta. E eu, louca, psicótica, escritora fajuta, eu ódio, eu compaixão, eu psicopata. Isso basta pra você?


I don't fucking care.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Drogas.

Todo mundo tem suas drogas alternativas, não é mesmo? Tenho amigos que não vivem sem chocolate, ou então mesmo café. Conversando um dia com uma guria, eu percebi que as drogas alternetivas são muito variaveis, desde sentimentos a cheiros, e comidas e pessoas. Resolvi então revelar publicamente qual é a minha droga alternativa.
Bom, posso começar de um jeito bem simples. Eu tenho apenas uma droga, e varias sub drogas. E essa droga é você. Sim, você, sabe, a pessoa que eu mais amo nesse mudo, o cara que eu conheci e logo depois eu ja sabia que eu queria pro resto da minha vida. Dai vem as sub drogas: Seus olhos, que me olham de um jeito que só eu entendo e que me faz sorrir sempre, sem excessão. Seus labios sorrindo pra mim, ou me beijando docemente em uma tarde de verão. Sério, não tem explicação como isso me deixa enestesiada. Depois suas mãos. Não importa onde elas estão, tipo, junto das minhas, ou nomeu braço, nas minhas costas, ou acariciando meu rosto. Cara, elas são realmente boas! Sua voz também é uma das minhas drogas. Tipo quando você me liga de madrugada, e a gente conversa sem parar e eu não quero desligar o telefone, porque ouvirvocê rir das coisas que eu digoé tão bom que as vezes eu até choro. E também tem o seu cheiro, que só de lembrar eu fico arrepiada. é o melhor cheiro do mundo! Melhor do que qualquer coisa.
Mas a droga que eu mais curto, são as palavras "Eu te amo" que saem da sua boca, como se fosse uma bela música feita especialmente pra mim.

Eu te amo.

As vezes eu fujo de coisas que eu não sei como lidar. Eu corro que nem uma criança corre de seus monstros e de todos os seus fantasmas. Acho que o medo as vezes é bem maoior do qua minha força de vontade, amor. Então as vezes eu corro de você também. Corro, e também me escondo. Escondo lá onde as vezes você não sabe onde é, nos meus lugares secretos dentro do peito, dos meus qilometricos desejos de fuga e morte.

Mas, querido você, se eu realmente corro de você, é só pra saber se você vai me seguir e procurar.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

ou pelo menos tentar.

Não acredito que um texto vá transmitir tudo que eu vejo por aí, mas acho que eu tenho que acreditar no poder de todo os tipos de comuniação, e como essa é a que eu uso, tentarei.
é complicado transmitor todos os sentimentos e dores se tudo isso fica aqui dentro do meu peito. Já pensou que a palavra saudade só existe em português,mas se for pra solidão e rancor, todas as linguas estao ai.
Por mais que eu seja egoista e egocentrica, eu ja aprendi a dividir tudo que eu tenho com que esta disposto a receber, porque eu descobri que é o melhor jeito de ser feliz, ou pelo menos tentar.

sábado, 17 de abril de 2010

se eu quizer voltar.

Eu já estava de chorar aquela água salgada. Era detestável para uma guria nova como eu ficar sofrendo assim, por um nada. Todas as noites ele aparecia em casa, bebado cheirando a cigarro e vomito. Tudo bem, no começo eu até aceitava, mas agora eu estava grávida de oito meses, e eu só queria um pouco de paz.
Não sei onde eu errei, afinal. A dois anos atrás, quando a gente se conheceu, a vida parecia ser muito boa, pra mim, e pra ele. Talvez tenha sido meus pequenos erros, e também o fato de ele ter abandonado a faculdade no meio do semestre do segundo ano. Eu não queria que isso tivesse chegado a esse ponto. Agora, as unicas palavras que trocamos são chingamentos grotesco, até ele ver que eu ja estou chorando novamente, e jogar as mão pra cima, e logo pegar um cigarro e bater a porta com força.

Não tenho mais forças pra amar alguém que só me faz chorar. Mas daí,me vem todas as lembranças de como era bom quando nós deitavamos a noite na beira da praia pra contar estrelas, ou tomar café de manhã cedo com as caras dormidas e torno de risadas.
Eu não quero que meu filho viva aqui.
Então eu vou.
Mas deixe a porta a berta, se eu quizer voltar.

sábado, 27 de março de 2010

Putinhas da colina

Garotas do sagrado coração nunca vão amar você. Não adianta implorar por seu amor, porque aquelas meninas não querem porra nenhuma com você. Meninas como elas e como elas não dão a mínima pra sua existência. Em meio das freiras m das festas e garotos mais ou menos interessantes elas vão arrastá-lo pro inferno.
Elas querem seus cigarros mentolados e suas garrafas de vodka pura pra passar mais uma noite de suas vidas. A emoção, o arrepio, a adrenalina são as únicas recompensas que elas querem para a difícil tarefa que é viver, com suas botas militares, saias curtas de prega por cima de suas meias arrastões rasgadas em lugares estratégicos. Sexo? Sexo pra elas é como dançar. Um dança arriscada que a faz sorrir com o perigo.
Nada é muito difícil para elas. Contar calorias aprenderam rapidamente, assim como combinar as roupas com qualquer coisa colorida da sua maquiagem. Sabiam coisas do céu e da terra, sabiam como deixar o cabelo impecável, e sabia como fazer todos olharem quando elas passassem. Acima de tudo, sabem que são bonitas, mas não precisam anunciar isso. Qualquer um vê.
Poucas garotas são como elas e tudo que procuram é pela a gloria. A gloria de ser diferente de todo mundo, a gloria de querer que implorem por seus corpos e sua alma. A gloria que é ter o mundo nos seus dedos, pois a inocência já se foi a muito tempo e a felicidade se pode ser arrancada de qualquer bobagem
“Conheço vocês!” “É claro que conhece!”

Sometimes

É inevitável. Toda vez que vejo ele passar do outro lado da rua, e ele sorri pra mim, eu arrepio. Talvez seja a voz dele, ou apenas o olhar rápido que ele me da as vezes, pois pelo menos ele não fingiu que não me viu como tantas outras vezes.
Fico pensando porque me arrepio assim, porque simplesmente eu não posso tratá-lo como tantos outros que passaram na minha vida, como todos os outros que eu me arrisquei. Talvez ele seja diferente. Talvez nós dois sejamos diferentes, mas os meus erros e os deles somados fazem que nos afastamos cada vez mais. Eu sei que vai haver uma hora que talvez ele não me reconheça mais, que ele nem saiba mais da minha existência. É triste pra mim, porque sei que cada vezes que as lembranças voltarem eu vou sorrir por todas as lagrimas. Eu sei que talvez essa seja uma frase esquisita, mas eu sei que você talvez me entenda, pois é a mesma coisa quando você sabe que uma coisa é linda numa forma triste de ser.
Da próxima vez que encontrá-lo, vou tentar não olhar nos seus olhos, pra ele não perceber o brilho de esperança que ronda em mim. Pra ele não perceber que eu não estava mentindo, fingindo e nem estava enganada naquela noite que eu disse que o amava. Eu tenho certeza que ele lembra.

domingo, 14 de março de 2010

Sonhos pra trás

Aprendi a me esconder nas palavras. Pra mim sempre foi muito fácil abrir um caderno, ou escrever na internet pequenos desabafos que me faziam sentir um pouco mais livres. Não faz muito tempo que me especializei nisso, mas sei que faço o bem o suficiente pra me proteger de mim mesma.
Com as palavras, poucas ou muitas, comecei a inventar as fantasias que eu sempre sonhei em viver. Devo ter notas e mais notas de frases anestesiantes como a morfina, que afinal, um dia fizeram efeito em mim. Também tenho textos extensos demonstrando sentimentos reais. Coisas que eu escrevo pra me livrar. é bem difícil.

Com o tempo aprendi que o meu maior refugio era a minha própria mente. Aprendia criar falsos lugares, meu País das Maravilhas, com os personagens que sempre sonhei pra minha vida. Mas contudo, aprendi que isso nunca vai me ser suficiente.
Decidi me desprender de meus sonhos infantis e encontrar a realidade instável que me convém.

Orgulho

O pequeno copo em cima da mesa dele contem cerveja barata.
Cerveja barata e quente, diga-se por sinal, porque o refrigerador do bar está quebrado. Tanto faz pra ele, ainda mais que a cerveja sai cinqüenta centavos mais barata por isso. E além do mais, ele tem coisas muito mais importantes a se preocupar do que o gosto amargo da bebida.
No celular ele fala alto com a voz grossa de meia idade.Pelas roupas que usa percebo que o salário que recebe não é lá grandes coisas. Ficou conversando uns vinte minutos com alguém do outro lado da linha, rindo alto, como se precisasse da minha e da atenção das outras pessoas do recinto, mesmo que não direcionasse o olhar pra ninguém, pois seu orgulho não deixava.
Gira a chave da moto entre os dedos da mão, e bate os pés com coturnos pretos enlameados. Depois de meia hora que ele bebe o primeiro gole, e vira o copo.

Estou decidida em pensar que ele precisa de algo mais forte. Talvez um gole de Absinto ou uma dose farta de amor.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Merdas aocntecem.

Parei uns segundos (ou foram horas?) para refletir sobre nós hoje. Não seria nada anormal comparado que eu sempre faço isso, a muito tempo todos os dias da minha vida desde que te conheci. Mas hoje não parece um dia normal, porque não foi como sempre. Nada de corações coloridos, sem pensamentos felizes e nada de fogos de artificios imaginarios.
A primeira coisa que cheguei a conclusão, é que nosso tudo sempre foi nada. Mas ao mesmo tempo, o nosso nada sempre foi tudo pra nós.

Sem mais delongas, eu não tenho mas inspiração pra escrever, da pra se perceber isso. Anda parado o blog, e as folhas dos cadernos estão sempre limpas e sem rabiscos de frase alheias. Pra mim , é foda ficar assim e eu não entendo porque esse bloqueio mental pairou sobre mim. Não da pra aguentar.
Vou morrer se não conseguir mais escrever.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Sozinha e sem fala.

No silêncio da noite, é quando eu consigo imaginar perfeitamente meus sonhos. Consigo idealizar tudo aquilo que eu sempre quis e infelismente, talvez por incopetencia e ignorancia minha não cnsegui, e nem consiguirei (não sozinha). Na noite, quando tudo ta silencioso, e tudo que eu posso ouvir é meu próprio coração, eu me reviro. Me reviro por não poder ouvir o seu coração. Não poder ouvir sua voz falando baixo no meu ouvido todas aquelas palavras que sabe que eu quero ouvir. Sinto falta das discussões também, muita falta de brigar e ficar putamente brava com suas verdades. Fazia parte de toda aminha felicidade, a tristeza.

Eu não soube o que fazer quando você jogou os braços pro ar e desstiu de tudo. Você desistiu de mim, de você, da vida e de todo o resto. Me deixou sem fala. Você ficou sem fala.

Depois de todos os cigarros, todas as bebidas, todas as garotas e garotos que passamos, você simplesmente diz 'não'? Ah, eu nunca mais vou amar de novo, não vou mais cantar aquela música.

I'm speechless.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Porque?

Eu te amo pelo simples fato de não saber explicar isso. Tu já parou pra pensar como é difícil definir "amor", quando te perguntam? É.
Eu te amo porque você sempre esteve ao meu lado.
Te amo por não ter barreiras disso tudo. Você atura toda vez que eu preciso de um simples sorriso e alguém dizendo "sim, você consegue".
Eu te amo porque você sabe o que eu quero ouvir, sabe. Toda vez que eu preciso de tuas palavras, elas vão estar lá, não é?


"Não importa onde estamos, ou com quem estamos, o importante é que estamos juntos."

Foi.

Os olhos dela já tinham parado de procurar por ele na rua, há algum tempo. Fazia cinco meses e ela tinha que aceitar o fato que ele já não abraçaria-a por trás, segurando um buquê de tulipas (suas preferidas) em um encontro supresa. Não haveria mais sorrisos trocados em mesas diferentes dentro de um Cyber café.
Andando agora de cabeça baixa pela cidade, não sabia já quantos quilometros andava, e nem sabia aonde estava indo. Seus pés simplesmente a levavam longe, longe aonde não precisava pensar como o sorriso dele a fazia feliz toda manhã, mesmo que por dois minutos, enquanto ele se arrumava, corria pra não perder o onibus que sairia em menos de cinco minutos na parada mais próxima. Ele trazia pra casa chocolates, não eram realmente bons, mas o que era o bem daquilo eram os dois deitados no sofá comendo os mesmos, assistindo aqueles filmes em preto e branco que passavam na madrugada em algum canal da tv aberta. Lembrava perfeitamente da roupa que ele usava na primeira vez que se viram, aquela camiseta de banda antiga, e uma calça jeans surrada. Conseguia também lembrar como ele nem olhava pra ela, mas ela olhava pelos dois.
Ela sabia que nem devia estar pensando nisso, porque agora as pessoas olhavam pra ela na rua enquanto chorava baixo, ainda com a cabeça baixa.
" Garoto, porque você foi?" Uma frase que não saia da sua cabeça, e por ali, ela sabia, que ia ficar por muito tempo. Não tinha explicação.

- Ele morreu. E morrer significa ir pra sempre, sempre.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

.

Ser cercada de muitos amigos e pessoas queridas não me torna menos solitaria. Nunca me tornou uma pessoa melhor sorrir por piadas em um picnic de verão. Um abraço nunca tirou todo amargo do meu coração. Um sorriso e romessas de um futuro bom? Nunca acreditei, porque eu só acredito no que e certo. E o certo que eu nunca vou conseguir uma pesoa normal, uma pessoa com sentimentos decentes e sem nenhuma porcaria de rancor no coração.