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sábado, 17 de abril de 2010

se eu quizer voltar.

Eu já estava de chorar aquela água salgada. Era detestável para uma guria nova como eu ficar sofrendo assim, por um nada. Todas as noites ele aparecia em casa, bebado cheirando a cigarro e vomito. Tudo bem, no começo eu até aceitava, mas agora eu estava grávida de oito meses, e eu só queria um pouco de paz.
Não sei onde eu errei, afinal. A dois anos atrás, quando a gente se conheceu, a vida parecia ser muito boa, pra mim, e pra ele. Talvez tenha sido meus pequenos erros, e também o fato de ele ter abandonado a faculdade no meio do semestre do segundo ano. Eu não queria que isso tivesse chegado a esse ponto. Agora, as unicas palavras que trocamos são chingamentos grotesco, até ele ver que eu ja estou chorando novamente, e jogar as mão pra cima, e logo pegar um cigarro e bater a porta com força.

Não tenho mais forças pra amar alguém que só me faz chorar. Mas daí,me vem todas as lembranças de como era bom quando nós deitavamos a noite na beira da praia pra contar estrelas, ou tomar café de manhã cedo com as caras dormidas e torno de risadas.
Eu não quero que meu filho viva aqui.
Então eu vou.
Mas deixe a porta a berta, se eu quizer voltar.

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