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domingo, 4 de dezembro de 2011

Obsoleto

- Toda a sua negação não vale um centavo! Eu me lembro bem da vez que tu escreveu, e disse, e sentiu que me amava. Você pode enganar todo mundo, menos a mim.

- Tanto faz.

- Da onde que veio toda essa indiferença? E pra que essa indiferença? Tu costumava a me amar, e ler os teus poemas pra mim. Pra que isso tudo agora?

- Sei lá.

- Sei lá? SEI LÁ? Porra, Luiza.

- É, sei lá.

- Caralho. Eu achei que tu me amava.

- Eu também achei.

Coçou o nariz.

- Vai embora.

- Eu já fui faz tempo.

Daí se beijaram.

E começou tudo de novo. Ela se afastou, ele ficou puto, ela volta, e ele acha que vai dar certo. Mas nunca dá. Sempre dá.

- Até quando, Luiza? Até quando?

Ela traga o cigarro lentamente, e sorri com os olhos semi-cerrados.

-Pra sempre.

E ri.

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