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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A flor

Então, lá estávamos nós, como sempre. Andando de mãos dadas pelas ruas de trás da avenida, onde provavelmente não encontraríamos ninguém. Eu ria o tempo todo das piadas sem graça que você fazia, dividindo tridente de melancia, e eu, como boa apaixonada, sempre com uma música de trilha sonora na cabeça. 

Faz tanto tempo...

Eu pedia pra você me levar até em casa, mas lembro de que foram incontáveis as horas que ficávamos sentados na calçada da rua de trás para ficar conversando, trocando beijos, sorrisos e frases idiotas. Era puro coração, era alma. Até acho que teríamos dado certo, olhando para trás. Minha independência era mais forte que tudo, e um pouco do teu orgulho e nossas solidões misturadas. Mas isso já não importa mais, é tudo passado.

Já se passaram dez anos.

Lembro do dia que estávamos debaixo de uma árvore, aquela das flores cor de rosa, tão lindas na primavera. Você resolveu que queria me dar uma, mesmo eu já sendo sua, e pulou para puxar o galho. Infeliz foi que o graveto que quase me cegou, e arranho meu rosto. Eu não sabia se ria ou me preocupava por poder ter ficado cega (mais isso eu estava só de amor). Você me pedindo mil perdões, beijando meu rosto, a flor caída no chão no desespero de eu quase ter perdido um olho.

E a flor ficou lá. E com o tempo, o amor também. Não é culpa de ninguém, só do tempo.

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