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segunda-feira, 18 de abril de 2011

É o fim

Por muito tempo, eu passei me afogando na minha própria lama. As vezes, é preciso cair de um lugar muito alto pra perceber o que se tem, e o que você já perdeu. Eu caí, e a queda, maldita seja, parecia gigantesca, sem fim. Era eu, caindo infinitamente na imensidão que era a minha solidão. O baque no chão foi surdo, mas doloroso. Daqueles que ninguém em volta percebe e você tem tempo o suficiente pra levantar sem que se preocupem ao seu respeito. E quem estaria lá se preocupar se eu não tenho ninguém?

Quando eu levantei, tudo era bem escuro. E sentia algo entre os dedões do meu pé, gosmento, frio, mas não pude ver o que era. Eu não tinha certeza se estava muito escuro, ou se agora eu era cega. Estiquei os braços procurando apoio, e o vazio me abraçou. Me tomou conta, como um vento gelado a noite que corta a pele sem aviso. Desabei ao chão e a chorar. Porque logo eu? Eu que tinha ajudado a todos, e agora sozinha, ninguém estendia a mão pra me buscar? Eu tinha que encarar o fato: Eu estava sozinha. Eu era sozinha. Eu ia ser sozinha pra sempre, e iria morrer, pois o liquido em meus pés, era meu próprio sangue.

Um comentário:

  1. Não sei o que é pior, a dor poética ou a dor real.
    O texto está lindo, e carregado de sentimentos.
    Parabéns.

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