Eu já estava de chorar aquela água salgada. Era detestável para uma guria nova como eu ficar sofrendo assim, por um nada. Todas as noites ele aparecia em casa, bebado cheirando a cigarro e vomito. Tudo bem, no começo eu até aceitava, mas agora eu estava grávida de oito meses, e eu só queria um pouco de paz.
Não sei onde eu errei, afinal. A dois anos atrás, quando a gente se conheceu, a vida parecia ser muito boa, pra mim, e pra ele. Talvez tenha sido meus pequenos erros, e também o fato de ele ter abandonado a faculdade no meio do semestre do segundo ano. Eu não queria que isso tivesse chegado a esse ponto. Agora, as unicas palavras que trocamos são chingamentos grotesco, até ele ver que eu ja estou chorando novamente, e jogar as mão pra cima, e logo pegar um cigarro e bater a porta com força.
Não tenho mais forças pra amar alguém que só me faz chorar. Mas daí,me vem todas as lembranças de como era bom quando nós deitavamos a noite na beira da praia pra contar estrelas, ou tomar café de manhã cedo com as caras dormidas e torno de risadas.
Eu não quero que meu filho viva aqui.
Então eu vou.
Mas deixe a porta a berta, se eu quizer voltar.
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